Maior conjunto urbano moderno do mundo, Brasília encanta pela arquitetura arrojada e por sua fundação que, de forma particular, uniu um pouco de todas as culturas do país, formando um espaço único. Não por acaso, diversos grupos da sociedade civil lutam pela preservação do patrimônio da cidade, que envolve, além de instrumentos legais, institucionais e financeiros, o compromisso da comunidade. Um exemplo de engajamento está nos amigos Jorge Henrique Cartaxo, 69 anos, e Lenora Barbo, 67.
“Mais do que responsabilidade do Estado, preservar a cidade inclui questões como cidadania, identidade e amor pelo lugar dos seus filhos e habitantes”, diz Cartaxo, que é diretor de relações institucionais do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF). Graduado em jornalismo, ele veio de Fortaleza, em 1978, para estudar na Universidade de Brasília (UnB) e aqui permaneceu. “Me formei, trabalhei, tive filhos e fiz toda a minha vida profissional e pessoal em Brasília, a melhor e mais bela cidade do país”, destaca.
Lenora, arquiteta e diretora do Centro de Documentação do IHG-DF, reforça que, semelhante a cidades como Paris, Florença, Amsterdã e Roma, a capital federal encanta pela beleza e acolhimento, mas se destaca, principalmente, por ser Patrimônio da Reserva da Biosfera, classificação dada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “É um título pouco conhecido e absolutamente oportuno e contemporâneo diante do crescente desafio climático”, pontua.